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Dinheiro não traz felicidade, auto-conhecimento sim

O fim da Idade Média e a acumulação primitiva de capital tornaram-se um marco na história. A partir desses momentos o homem se viu livre para alcançar, sem amarras ou taxações, a tão sonhada felicidade. Esta se tornou um o foco de todos os homens, ricos ou pobres. Com a explosão do sistema capitalista em que vivemos o dinheiro se tornou o meio para se atingir essa felicidade. Consumir, adquirir, e possuir tornou-se as metas do homem moderno para que satisfaça a sua sede de sucesso.

Algumas semanas atrás meu amigo e xará Leandro Silva me indicou um texto de Manoel Baucells para ler e que achei interessante. Seu título traz uma afirmação "O dinheiro ajuda, mas não traz a felicidade". Há vários anos tenho pensado sobre a necessidade incontrolável que temos de ter dinheiro a fim de conquistar-mos os objetos que, teoricamente, irão satisfazer nossas necessidades, sejam monetárias, de status ou mesmo afetivas. Não entrarei aqui em considerações sociológicas, pois este não é o intuito do texto, mas sabe-se que atualmente somos vítimas e co-autores de uma sociedade baseada na acumulação de riquezas e que atribui vida às coisas inanimadas através da mesma necessidade que temos do dinheiro. A pergunta, portanto, é "será possível ser feliz nesta mesma sociedade sem a necessidade de ostentar o dinheiro e os bens que ele pode proporcionar?".

No atual estágio da nossa história, ter poder aquisitivo (infelizmente) é pré-requisito básico para poder ser chamado de cidadão! Não há como ser feliz nessa sociedade sem o mínimo poder de compra, pois as necessidades que nos são brutalmente forçadas sutilmente sugeridas como normais exibem que tenhamos capacidade de comprar. Entretanto apesar de o dinheiro estar entre os requisitos para a felicidade obviamente ele não é o ponto essencial. Em 2002 o IBOPE realizou uma pesquisa nas principais capitais do país e parte do interior e constatou que 41% das pessoas que tinham rendas até R$379,00 consideravam-se felizes em contrapartida apenas 25% das que tinham rendas acima de R$4.500,00 se declaravam igualmente felizes. Em escala global tal perspectiva também se verifica. A partir de determinada quantidade de renda a felicidade não varia muito.

O que, então, trará a felicidade? Esta é uma pergunta que deve ser respondida por cada um, individualmente. Para isso deve-se pensar o que realmente lhe dá prazer e vontade de continuar a viver. Isso nada mais é do que um exercício de auto-conhecimento que todos, sem distinção, deveríamos nos propor a realizar. Sem metas ou com metas distorcidas de sucesso e felicidade é impossível que realmente tenhamos consciência do ponto onde queremos chegar e, ainda mais terrível, de onde estamos.

Muitos buscam a felicidade sem ao menos saber o que realmente vem a ser essa necessidade. Todos à minha volta têm vontade de serem felizes e quase a totalidade, para ser gentil, atribui isso ao acúmulo de riqueza. Porém, como visto, o dinheiro realmente não é fundamental para atingir a felicidade e sim apenas um meio para manter uma qualidade de vida razoável.

Se atingir um patrimônio gigantesco é o foco de grande parte da população é até compreensível, mas não podemos nos esquecer de que existem coisas que nem o dinheiro é capaz de comprar: amizade, família, amor, reconhecimento, felicidade.

Continua...

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